Sopram ventos de mudança que nos deixam inquietos, incómodos, inseguros... Perante as massas de ar, há sempre, pelo menos, duas possibilidades de resposta, ilustradas num provérbio chinês - "quando sopram ventos de mudança, alguns constroem muros, outros controem moinhos de vento". Para nós só há uma, a resposta proactiva.
Todos os dias ouvimos notícias, opiniões, comentários, todos pouco abonatórios sobre o ensino e a escola em Portugal. Fala-se de crise e falência de algumas instituições...
A palavra crise deveria ser sinónima dea palavra esperança, pois é em épocas de crise que se apresentam as maiores oportunidades para se reconstruir, para renovar e refazer. A reflexão é fundamental para que se mudem procedimentos e hábitos, pois só fazendo de forma diferente conseguiremos obter resultados diferentes. A Escola está em permanente transformação e neste processo devemos tomar consciência das nossas responsabilidades para com o ensino que, neste início de século deve apoiar-se em quatro pilares fundamentais: "aprender a conhecer", "aprender a fazer", "aprender a viver juntos" e "aprender a ser", de modo a que se construa uma escola e todos e para todos, impossível de concretizar se não agirmos de modo a promover a formação para uma cidadania activa, responsável, participante e respeitadora das liberdades e da diversidade.
É no contacto com a diferença e com as igualdades que nos revalorizamos e reposicionamos perante nós próprios e perante os outros, numa atitude de auto e hereo-respeito.
Neste contexto, é muito importante a participação colaborativa, construtiva e concertada dos pais na vida da escola, parceiros primordiais nesta fase de mudança. Na escola todos têm o seu lugar, todos são necessários, todos têm algum contributo a dar para o bem comum.
Sonho com uma escola colorida, com crianças e professores de sorriso aberto, onde se ensine a sonhar, onde se respire Alegria, Respeito, e Liberdade. Sonho com um lugar para onde "todos desejam fugir - fugir para a Escola". Sonho, porque como Pessoa... tenho o dever de sonhar.
"Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre,
Pois sendo mais do que um espectáculo de mim mesmo,
Eu tenho de ter o melhor espectáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
Supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
Entre luzes brandas e músicas invisíveis..."